sexta-feira, 19 de setembro de 2014

O futuro já chegou



Escrito por Fábio Torres
A inserção de novas tecnologias em sala de aula é constante. A cada mês, semana ou dia, ferramentas inéditas surgem para modificar ou incrementar a forma de ensinar as crianças e os jovens. Um desses novos aparatos tecnológicos que surgiram nos últimos anos foi a carteira eletrônica, que nada mais é do que a carteira tradicional em que os alunos se sentam, mas com um computador embutido. A CPU, ou unidade central de processamento, fica onde é o tampo da carteira, com o monitor acima.
Esse equipamento, graças ao Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer, localizado em Campinas (SP), já faz parte do cotidiano dos alunos da rede municipal de ensino das cidades de Serrana (SP) e de Porto Murtinho (MS). “A ideia surgiu a partir da ênfase dada pelo governo federal em educação, a partir de 2004. Houve grande envolvimento das unidades de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com projetos de inclusão digital e social, que estimularam o emprego de tecnologias do CTI Renato Archer para a área de educação”, explica Victor Mammana, diretor do CTI. E prossegue: “Do ponto de vista tecnológico, a carteira tem como base o Br Tablet, que é um dispositivo de interação com computador criado no CTI no período entre as décadas de 1980 e 1990, cuja patente nos foi concedida nos Estados Unidos em 2005. Esse dispositivo é baseado em uma patente de deposição de filmes finos transparentes, obtida pela professora Alaide Mammana em 1980”.
 Por ser voltada exclusivamente para a educação, Mammana acredita que a carteira eletrônica é uma ferramenta fundamental para estimular a inclusão digital dos estudantes, independentemente de sua idade. “A carteira é uma forma de implantar o computador na escola, obedecendo a critérios de conforto e segurança que não estão presentes no uso de laptops. Fizemos também estudos ergonômicos e de qualificação”, relata. Como o dispositivo é conectado à internet por meio de conexão wi-fi (sem fio) e conta com uma tela sensível ao toque, as possibilidades de atividades são imensas, e cabe ao professor soltar sua criatividade e fazer as atividades que deseja com a carteira eletrônica. Como qualquer equipamento eletrônico, as carteiras necessitam de um cuidado grande, mas Mammana não demonstra preocupações. “Devem ser tomados os mesmos cuidados relacionados a carteiras comuns, mas no geral são equipamentos bem robustos”, afirma o diretor do CTI.
Aplicação
O dispositivo atualmente se encontra presente na forma de um programa piloto nas cidades de Serrana (SP), que conta com 160 carteiras eletrônicas, e Porto Murtinho (MS), que tem outras 30 carteiras. Para Mammana, a aplicação dos dispositivos na prática é o ponto alto de toda a trajetória da carteira eletrônica. “Em geral, as carteiras são muito bem recebidas, porque oferecem uma experiência muito mais confortável de interação com o computador. Quando essas carteiras foram concebidas, ainda não se falava em tabletsna escola, portanto elas traziam uma grande inovação”, relata o diretor. A presença dos tablets, aliás, não é vista por Mammana como algo que impeça a utilização das carteiras eletrônicas, mas sim uma boa alternativa para novas atividades práticas que envolvam os dois equipamentos. “Com a chegada dostablets, como iPad e outros, é possível imaginar a integração das carteiras com esses dispositivos, garantindo um conceito bring your own device [em português, “traga seu próprio dispositivo”], combinado com o conforto de grandes áreas de interação visual para os estudantes”, diz Mammana.
Ainda de acordo com o diretor, o projeto da carteira eletrônica deu origem a uma lousa digital de baixo custo e a um tablet com uma tecnologia tátil chamada haptics, que permite que deficientes visuais possam utilizar o dispositivo. Além disso, ele revela que já existem outros dispositivos sendo planejados para auxiliar no processo ensino-aprendizagem dos estudantes brasileiros. “O CTI Renato Archer está bastante envolvido com o desenvolvimento de tecnologias educacionais, principalmente relacionadas às tecnologias assistivas (para remoção de barreiras do ambiente para as pessoas com deficiência). Além disso, o CTI Renato Archer atua com robótica pedagógica e projetos educacionais para a comunidade”, elenca o diretor.
+Para ver
No canal do YouTube www.youtube.com/latindisplay, é possível conferir alguns vídeos sobre as tecnologias educacionais criadas no CTI Renato Archer, tais como a carteira eletrônica e o tablet comhaptics.
http://www.profissaomestre.com.br/index.php/reportagens/ferramentas-digitais/960-o-futuro-ja-chegou

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