Pesquisa destaca a necessidade de incluir temas sobre educação especial na formação inicial dos professores
Marina Kuzuyabu
Estudo realizado na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da Universidade de São Paulo (USP) aponta que crianças com síndrome de Down que frequentam a rede básica de ensino estão sujeitas a sofrer exclusão. A pesquisa foi conduzida pela fonoaudióloga Flávia Mendonça Rosa Luiz entre 2010 e 2014 e envolveu entrevistas com dez professoras da educação infantil da rede municipal de Araraquara, no interior paulista. A coleta dos dados mostrou que os educadores têm uma visão estigmatizada dessas crianças e apresentam dificuldades para acreditar no potencial delas para se desenvolver e aprender como os demais alunos. Por conta disso, eles acabam dispensando um tratamento especial e, consequentemente, excluindo-as, como aponta a pesquisadora. “É preciso romper com o conceito de identidade que está associado à homogeneidade e que não reconhece a distinção entre os seres, e passar a considerar a diferença como uma característica comum à espécie humana, e dar aos indivíduos a oportunidade de mostrar o melhor de si”, reforçou Flávia. Nas entrevistas realizadas, as professoras reconheceram a dificuldade para trabalhar com o processo de inclusão e atribuíram isso à má formação teórica e prática que tiveram na faculdade. Como enfatizou a autora, esse dado não surpreende, pois há relatos parecidos em outros estudos, o que destaca a necessidade de incluir temas sobre educação especial na formação inicial dos professores e motivá-los a refletir sobre suas crenças e valores frente ao tema.
http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/208/a-dificuldade-de-incluir-323941-1.asp
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