Os efeitos do incentivo
Especialista em políticas de incentivo, Richard Murnane diz que pagar mais os professores, conforme os resultados de testes escolares, tem gerado respostas que não beneficiam as crianças, e defende investimentos em outras áreas, como cursos de formação continuada
Paulo de Camargo
Em ambientes nos quais se discute política pública no Brasil, começa a circular uma nova expressão: educação baseada em evidências. O termo, em síntese, parte do princípio de que os gestores não levam em consideração os conhecimentos aferidos em pesquisas ao planejar estratégias de políticas públicas. A premiação de professores por bom desempenho, por exemplo, que de tempos em tempos surge em propostas de municípios e estados, seria um desses casos.
Mas, e se as evidências não forem tão evidentes assim? Se é verdade que os estudos avançaram muito, também é certo que eles mostram que os temas educacionais podem ser muito mais complexos do que parecem à primeira vista, e devem ser tomados sempre em seus contextos específicos.
Isso é o que mostram os estudos do pesquisador norte-americano Richard Murnane, Ph.D. em economia e professor da escola de pós-graduação em Educação da Universidade de Harvard. Murnane esteve no Brasil para o VI Seminário Internacional Educação Baseada em Evidências e concedeu a entrevista a seguir para a revista Educação.
Seu trabalho reúne estudos e pesquisas em busca de evidências que orientem políticas públicas. Isso é necessário? As políticas públicas não levam em conta as evidências?
Com certeza, muitas vezes não levam. Mundo afora, a educação é uma questão política, como também o é no Brasil. Há diferenças de valores entre aquilo que as pessoas acham que as crianças devem aprender e como. Então, o movimento de basear as políticas em evidências é uma luta contínua. Mas, por outro lado, podemos dizer que não é fácil coletar boas evidências. Houve muitos avanços em metodologias, sabemos muito mais. As descobertas estão surgindo e influenciando as políticas.
Muitas vezes, as evidências apontam direções opostas. Há quem diga que o incentivo monetário para educadores é positivo; outros que não. O que mostram as evidências que coletou?
Com certeza, muitas vezes não levam. Mundo afora, a educação é uma questão política, como também o é no Brasil. Há diferenças de valores entre aquilo que as pessoas acham que as crianças devem aprender e como. Então, o movimento de basear as políticas em evidências é uma luta contínua. Mas, por outro lado, podemos dizer que não é fácil coletar boas evidências. Houve muitos avanços em metodologias, sabemos muito mais. As descobertas estão surgindo e influenciando as políticas.
Muitas vezes, as evidências apontam direções opostas. Há quem diga que o incentivo monetário para educadores é positivo; outros que não. O que mostram as evidências que coletou?
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