quarta-feira, 13 de novembro de 2013

As melhores escolas são as mais desiguais, afirma pesquisa

Anderson Stevens/Futura Press

Por Ocimara Balmant 

Estudo da Fundação Victor Civita, com dados da Prova Brasil, mostra que média alta esconde desigualdade

Muita gente acredita que as boas médias de uma escola demonstram um aprendizado de qualidade. Afinal, uma média alta significa que muitos estão conseguindo boas notas. Certo? Não exatamente.
Uma pesquisa da Fundação Victor Civita (FVC) publicada neste mês analisou as notas de Matemática da Prova Brasil (avaliação que mede o aprendizado dos alunos da Educação Básica) nas escolas públicas urbanas e aplicou um questionário em 252 instituições, sendo 108 no município de São Paulo, 53 na cidade do Rio de Janeiro e 91 em outros municípios.
O resultado mostrou que as instituições localizadas na periferia apresentam resultados mais baixos, porém mais homogêneos. Por outro lado, as melhores escolas, as localizadas nas regiões centrais, são as que mais têm desigualdade de aprendizagem.
O que acontece é que as boas médias estimulam as escolas a se focarem ainda mais nos bons alunos, uma forma de manter e melhorar ainda mais a performance do colégio. Com isso, aquele porcentual de alunos com rendimento aquém do mínimo tende a ser ainda mais esquecido. E, como a nota média da escola é alta, essa desigualdade não é percebida.
E quem são aqueles que, mesmo matriculados nas regiões de nível socioeconômico mais elevado, frequentam as aulas de recuperação? São os alunos do sexo masculino, negros e pobres. Uma mostra de que a escola só reflete a exclusão que predomina na sociedade.
Como resolver essa questão e garantir um aprendizado com equidade? É a essa pergunta que a pesquisa apresenta alguns caminhos. Para falar sobre o assunto, O iG conversou com a diretora executiva da Fundação Victor Civita, Angela Danemann. 
Confira a entrevista:
http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2013-11-09/as-melhores-escolas-sao-as-mais-desiguais-afirma-pesquisa.html

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