quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Dias parados por greve de servidor devem ser descontados, exceto se houver acordo de compensação.

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu na sessão desta quinta-feira (27) o julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 693456, com repercussão geral reconhecida, que discute a constitucionalidade do desconto dos dias paradas em razão de greve de servidor. Por 6 votos a 4, o Plenário decidiu que a administração pública deve fazer o corte do ponto dos grevistas, mas admitiu a possibilidade de compensação dos dias parados mediante acordo. Também foi decidido que o desconto não poderá ser feito caso o movimento grevista tenha sido motivado por conduta ilícita do próprio Poder Público.
Ao final do julgamento foi aprovada a seguinte tese de repercussão geral: "A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre, permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público". Há pelo menos 126 processos sobrestados (suspensos) à espera dessa decisão.
O julgamento foi retomado com o voto-vista do ministro Luís Roberto Barroso. Antes do pedido de vista, haviam votado o relator, ministro Dias Toffoli, admitindo o desconto, e o ministro Edson Fachin, que entende que apenas ordem judicial pode determinar o corte no pagamento. Em seu voto, o ministro Barroso afirmou que o administrador público não só pode, mas tem o dever de cortar o ponto. “O corte de ponto é necessário para a adequada distribuição dos ônus inerentes à instauração da greve e para que a paralisação, que gera sacrifício à população, não seja adotada pelos servidores sem maiores consequências”, afirmou Barroso.
Em seu voto, o ministro endossou a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que, em caso de greve prolongada, admite uma decisão intermediária que minimize o desconto incidente sobre os salários de forma a não onerar excessivamente o trabalhador pela paralisação e o desconto a não prejudicar a sua subsistência. Assim como Barroso, os ministros Teori Zavascki, Luiz Fux, Gilmar Mendes e a ministra Cármen Lúcia acompanharam o voto do relator, ministro Dias Toffoli, pela possibilidade do desconto dos dias parados.
O ministro Teori assinalou que a Constituição Federal não assegura o direito de greve com pagamento de salário. O ministro Fux lembrou que tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei (PL) 710/2011, que regula o direito de greve no serviço público, lembrando que a proposta impõe a suspensão do pagamento dos dias não trabalhados como uma das consequências imediatas da greve. Fux enfatizou a importância da decisão do STF no momento de crise pelo qual atravessa o país, em que se avizinham deflagrações de movimentos grevistas.
Ao afirmar a possibilidade de desconto dos dias parados, o ministro Gilmar Mendes citou as greves praticamente anuais nas universidades públicas que duram meses a fio sem que haja desconto. “É razoável a greve subsidiada? Alguém é capaz de dizer que isso é licito? Há greves no mundo todo e envolvem a suspensão do contrato de trabalho de imediato, tanto é que são constituídos fundos de greve”, asseverou.
Divergência
Acompanharam a divergência aberta pelo ministro Edson Fachin no início do julgamento a ministra Rosa Weber, o ministro Ricardo Lewandowski e o ministro Marco Aurélio. Segundo Fachin, a adesão do servidor público a movimento grevista não pode representar opção econômica de renúncia ao pagamento porque a greve é seu principal instrumento de reivindicação frente ao estado. Por ser um fator essencial na relação jurídica instalada a partir da deflagração do movimento paredista, a suspensão do pagamento não pode ser decidida unilateralmente, segundo Fachin.
Para os ministros que seguiram a divergência, não se pode impor condições ao exercício de um direito constitucionalmente garantido. O ministro Lewandowski ressaltou que os constituintes de 1988 garantiram ao servidor público o direito de greve, mas até hoje o Congresso Nacional não legislou sobre o tema. “Não há lei específica. Não há nenhum comando que obrigue o Estado a fazer o desconto no momento em que for deflagrada a greve. Em face dessa lacuna, o STF mandou aplicar ao serviço público a lei que rege a greve no setor privado”, lembrou o ministro Lewandowski. Mas, para o ministro, não se pode aplicar ao servidor público o artigo 7º da Lei de Greve (Lei 7.783/1989), que prevê a suspensão do contrato de trabalho,  porque o servidor público não tem um contrato de trabalho, mas sim uma relação estatutária com o Estado.
Caso concreto
No caso concreto, o recurso extraordinário foi interposto contra acórdão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que determinou à Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec) que se abstivesse de efetuar desconto em folha de pagamento dos trabalhadores em decorrência de greve realizada entre março e maio de 2006. No STF, a fundação alegou que o exercício do direito de greve por parte dos servidores públicos implica necessariamente desconto dos dias não trabalhados. O recurso da Faetec foi conhecido em parte, e nesta parte provido.


Seduc divulga calendário escolar 2017 para a rede estadual

Devido à greve da categoria, foram regulamentados dois calendários
Viviane Saggin Seduc-MT 


A Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer de Mato Grosso (Seduc-MT) determinou dois calendários escolares para ao ano letivo de 2017, na rede estadual. A medida visa atender as unidades que aderiram e as que não aderiram à paralisação dos profissionais da educação, em 2016.
A Portaria nº 338/16/GS/SEDUC/MT publicada no Diário Oficial do dia 24 de outubro, determinou o mínimo de 200 (duzentos) dias letivos, organizados com as seguintes datas: as escolas que finalizarem o ano letivo de 2016 em 23.12.2016 e usufruírem férias do exercício de 2016/2017 terão retorno das férias escolares (2016/2017) e início do processo de atribuição no dia 25.01.17.
Para essas unidades, as atividades da Semana Pedagógica ocorrem entre os dias 8 e 10 de fevereiro de 2017. O início do ano letivo será no dia 13 de fevereiro e o término em 22 de dezembro.
Já as escolas que finalizarem o ano letivo de 2016 até 31/01/2017 e usufruírem férias do exercício de 2016/2017, conforme Portaria nº 294/2016/GS/SEDUC/MT, o retorno das férias escolares (2016/2017) e início do processo de atribuição se darão no dia 03 de março. As atividades da Semana Pedagógica ocorrem nos dias 10 e 11 do mesmo mês. O início do ano letivo será no dia 13 de março e o término no dia 22 de dezembro.
As unidades escolares que aderiram parcialmente ao movimento de paralisação devem entrar em contato com a Coordenadoria de Legislação, Normas e Organização Escolar/SUGT, por meio do e-mail: gestao.legislação@seduc.mt.gov.br, para os encaminhamentos cabíveis.


http://www.mt.gov.br/-/5187058-seduc-divulga-calendario-escolar-2017-para-a-rede-estadual

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Comissão da Câmara aprova proposta que proíbe terceirização do ensino

A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados aprovou, na quarta-feira (19), proposta que proíbe a transferência de atividade típica do magistério paraorganizações sociais (OSs). Entre as principais funções do magistério está o ensino, tarefa prioritária dos professores.
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Vicentinho
Vicentinho alterou o texto original para não acabar com todos os tipos de cooperação entre o Estado e as organizações sociais na área educacional
O texto aprovado é um substitutivo do relator, deputado Vicentinho (PT-SP), ao Projeto de Lei 1497/15, do deputado Veneziano Vital do Rêgo (PMDB-PB). O texto original, que altera a Lei 9.637/98, exclui o ensino do conjunto de atividades que podem ser desenvolvidas por OSs.
Ao analisar a matéria, Vicentinho concordou que não é admissível valer-se de organizações sociais para substituir professores concursados por outros, contratados precariamente e sem que tenham comprovado que detêm o preparo necessário.
O relator, entretanto, considerou que a mera supressão da referência ao ensino teria efeito demasiadamente abrangente, impedindo qualquer cooperação entre o Estado e as organizações sociais em tal contexto.
“Opta-se, portanto, por acolher a proposta mediante acréscimo de dispositivo à lei que se pretende alterar, vedando a terceirização da atividade típica de magistério”, acrescentou.
Tramitação 
A proposta tramita em caráter conclusivo e ainda será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem – Murilo Souza
Edição – Marcelo Oliveira


http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/DIREITO-E-JUSTICA/518313-COMISSAO-APROVA-PROPOSTA-QUE-PROIBE-TERCEIRIZACAO-DO-ENSINO.html

Governo do Estado transfere ponto facultativo de sexta (28) para segunda (31)


O decreto também define a próxima terça-feira (01.11) como ponto facultativo, devido ao Dia de Finados.
Euziany Teodoro Gcom-MT 

Decreto assinado nesta segunda-feira (24.10) pelo governador Pedro Taques transfere o feriado do Dia do Servidor Público, comemorado nesta sexta-feira (28.10), para a próxima segunda-feira, dia 31 de outubro. A medida, conforme o chefe do Executivo, visa cumprir o compromisso de economizar no custeio da máquina na busca pelo reequilíbrio fiscal do Estado.

Desta forma, o expediente será normal nesta sexta-feira (28). No entanto, o decreto estabelece ainda que a terça-feira (01/11), véspera do feriado do Dia de Finados, celebrado no dia 02, será ponto facultativo. Portanto, as repartições públicas administrativas estaduais estarão de portas fechadas do dia 31 de outubro a 02 de novembro.

O regime de feriado e ponto facultativo não se aplicam às repartições que funcionam em regime de plantão, como saúde e segurança pública.

Outras medidas

O Governo de Mato Grosso vem enfrentando uma crise econômica que também atinge todos os demais estados brasileiros. Apesar de ter conseguido manter os salários em dia, o que não ocorre em outros 15 estados, as dificuldades aumentam a cada dia. Para fazer frente à folha de pagamento dos quase 100 mil servidores estaduais, várias medidas foram tomadas.

O Decreto nº 675 previu cortes no custeio da máquina, reduzindo uma conta mensal de R$ 210 milhões para R$ 135 milhões em setembro. Para chegar a isso, foram cortados gastos como diárias, energia elétrica, água, telefonia e outros serviços gerais.

Já o Decreto nº 694 reduziu a carga horária do funcionalismo público. Com exceção dos serviços em regime de plantão, as repartições passaram a funcionar das 13h às 19h, gerando, assim, ainda mais economia no custeio da máquina pública.

Além disso, no mês de setembro também foi necessário alterar o calendário de pagamento dos salários. Apenas aqueles que recebiam até R$ 6 mil líquido tiveram os provimentos depositados no último dia útil do mês. Os que recebem além desse valor, receberam o salário no dia 10 de outubro, ainda dentro do período legal para pagamento previsto na legislação.

http://www.mt.gov.br/-/5168582-governo-do-estado-transfere-ponto-facultativo-de-sexta-28-para-segunda-31-

domingo, 23 de outubro de 2016

Educadoras criam kit pedagógico para ajudar na formação docente

Assinantes da Diálogos Embalados recebem uma vez por mês livro, acompanhado de carta do autor em casa, e podem fazer parte de grupo de discussão virtual sobre novas metodologias e inovações educacionais

por Maria Victória Oliveira  20 de outubro de 2016
Não é segredo para ninguém que a vida de um professor é muito corrida: a rotina precisa ser planejada e sobra pouco tempo para atualização profissional. Para facilitar o contato de professores no país inteiro a materiais sobre novas metodologias e inovações educacionais, as educadoras Fabiane Vitiello e Telma Ferreira idealizaram o serviço Diálogos Embalados, que são kits educacionais enviados para a casa de assinantes. A proposta é uma evolução do trabalho que vem sendo desenvolvido pela empresa Diálogos, desde 2009, quando elas começaram a levar grupos de professoras brasileiras para visitar escolas com metodologias inovadoras ao redor do mundo.
Depois de conhecerem diversos destinos, as duas descobriram que não estavam satisfeitas com as viagens de formação. Por isso, a Diálogos Viagens Pedagógicaspassou a oferecer também formações profissionais a cada 15 dias, em São Paulo, nas quais educadoras se reúnem com um novo profissional de educação, que compartilha experiências bem sucedidas de inovação. A assinatura Diálogos Embalados foi criada para suprir uma demanda de professoras que não podem comparecer aos encontros presencialmente. “Na nossa página do Facebook, nós recebemos muitas mensagens de professoras de fora de São Paulo que não podem participar das formações. Elas nos pedem os cadernos e materiais que nós usamos nos cursos”, relata Fabiane.
Divulgação
A proposta é diminuir distâncias e aumentar a área de atuação da empresa. Isso acontece a partir da montagem de kits educacionais, que são enviados para quem assina o material. Os pacotes são compostos por um livro sobre um tema relacionado à educação infantil e às séries iniciais do ensino fundamental 1, por uma carta do autor ou da autora do livro enviado, por algum material da Diálogos, como um caderno ou um bloco de anotações, e por um benefício extra, como vouchers de descontos em livros.
Segundo Fabiane, a escolha dos livros leva em conta vários fatores, como a acessibilidade do escritor e a abordagem de vários eixos do dia a dia das professoras. “Nós temos uma preocupação que a autora do livro seja de fácil acesso. Todos os meses, nossa ideia é que as autoras dos livros escrevam cartas para as professoras, para que elas se sintam parte da aprendizagem”. Além disso, os títulos selecionados tiveram um papel importante na formação das fundadoras da empresa. “Eu e a Telma que escolhemos qual livro vamos mandar. Esse é um trabalho muito prazeroso, de pensar no nosso repertório e escolher leituras que, com um preço bacana, vão ajudar na formação das professoras. Nós temos o cuidado de selecionar livros que de alguma forma impactaram na nossa formação e sejam relacionados à nossa área de conhecimento”.
A ideia de criar a Diálogos Embalados começou a ser pensada em maio desse ano. Em setembro, as professoras que assinaram o material receberam o primeiro kit em suas casas. Ele foi composto pelo livro “Linguagens e culturas infantis”, da pesquisadora Adriana Friedmann, especialista em primeira infância. “No primeiro mês da Diálogos Embalados, a gente escolheu trabalhar a temática do brincar com o livro da Adriana Friedmann pela seriedade do trabalho dela. É um livro que atinge tanto a educação infantil quanto as séries iniciais do ensino fundamental 1”.
Divulgação
Nesse mesmo pacote, foi enviado um voucher de 50% de desconto em outro livro que trata da temática do brincar, assim como um CD de cantigas populares para as 50 primeiras que assinaram o kit. Já a carta de Adriana Friedmann trazia outros links que as professoras podem visitar para se aprofundarem na temática do livro.
Segundo Fabiane, no primeiro mês já foi possível comprovar a adesão de docentes de fora do estado de São Paulo ao serviço, demanda que motivou a criação da Diálogos Embalados. “No primeiro mês de atuação, nós chegamos a cinco estados diferentes. Tinham professoras de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, de Rondônia e da Bahia, além de outras cidades do estado, como Guarujá, Valinhos, Vinhedo, Santos, Campinas, entre outras”.
Além de receber em casa os materiais preparados mensalmente, as educadoras associadas também podem participar de um grupo fechado no Facebook, composto por todas que aderiram à Diálogos Embalados. Trata-se de um espaço destinado à discussão da temática do mês e de compartilhamento de boas práticas. “No primeiro mês, nós conseguimos incluir a Adriana Friedmann no grupo. Então, imagina, tem uma menina de uma cidadezinha de Minas Gerais. Para ela, ter acesso a um grupo de professoras onde está a autora do livro é super positivo”.
Segundo Fabiane, a ideia da Diálogos Embalados é poder impactar a formação das professoras assinantes de forma prazerosa e acessível. Até agora, o retorno foi positivo. “Eu acho que as meninas conseguiram receber um pouco do carinho com o qual nós preparamos o material. Receber esse kit em casa, preparado por nós ou pelo olhar de outro especialista dá a possibilidade das professoras se aprofundarem mais na questão teórica e intelectual”.



http://porvir.org/educadoras-criam-kit-educacional-para-ajudar-na-formacao-docente/

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Comissão Estadual divulga semifinalistas da 5ª Olimpíada de Língua Portuguesa

Viviane Saggin
Assessoria Seduc-MT

A Comissão Julgadora Estadual de Mato Grosso divulgou a lista dos semifinalistas da 5ª Olimpíada de Língua Portuguesa – Escrevendo o Futuro. Ao todo, 12 trabalhos, em quatro categorias, foram selecionados e seguem para a disputa nacional. Foram recebidos 263 textos das Comissões Julgadoras municipais, sendo 37 artigos de opinião, 69 crônicas, 70 memórias literárias e 87 poemas.
O professor Leandro Rodolfo Resende, da Coordenadoria de Projetos Educativos da Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc-MT), explica que cada texto contou com a leitura de dois ou mais avaliadores especialistas em Língua Portuguesa. São eles: Neiva de Souza Boeno, Eliane Oliveira Mendes Quinhonhe, Erika Silva Alencar Meirelles, Simone de Jesus Padilha, Gláucia Ribeiro, Leandro Rodolfo Resende e Ruth Moreira Xavier.
De acordo com ele, o processo de seleção foi organizado para garantir imparcialidade na avaliação e seleção das produções. “Os textos foram apresentados para os avaliadores sem o nome dos alunos, das escolas e dos professores. Cada texto foi avaliado em um ambiente virtual por dois especialistas, e posteriormente, no encontro presencial, pelos demais avaliadores do grupo”.
Categorias
Na categoria Artigos de Opinião foram escolhidos os trabalhos “Tradição ou problema?” do aluno Adriano Lorenzon Zenaro e professora Dayane Souza e Silva Zenaro, da Escola Estadual EE Paulo Freira do município de Canarana; “Desmatamento x Necessidade” da aluna Natiane Belarmino Freitas e professora Sandra Maldonado Souza da EE Dom Aquino Correa, de Juara e “Febre do ouro: Consequências da disseminação irresponsável de imagens” da aluna Alícia Carolaine Silva e professor Divino Alex Rocha de Deus da EE 14 de fevereiro, de Pontes e Lacerda.
Na categoria Crônica, estão classificados os títulos “O recreio” da aluna Flávia de Almeida Silvestre e professora Rosemeire Dias Santos da EE Jardim Araguaia, de Barra do Garças; “O sentido da vida” da aluna Deborah Fernanda Schneider e professora Sandra da Penha Fagundes da EE Heliodoro Capistrano da Silva, de Cuiabá, e “Livrai-nos do mal” da aluna Giulia Martins Vilela Silva e professora Elizandra Alves Pereira da Silva Souza da Escola Municipal 04 de julho, de Campo Novo do Parecis.
Na categoria Poema foram selecionados os textos “Terra abençoada” da aluna Maria Manuela de Moraes Cunha e professora Lucineide Rodrigues da EMEB Padre Raimundo Conceição Pombo Moreira da Cruz, de Cuiabá; “Patrimônio da natureza” da aluna Maria Luiza Azevedo Oliveira e professora Marlene Moraes da Escola Municipal Prof. Abinel Freitas Pereira, de Chapada dos Guimarães, e “Apresentando Cuiabá” da aluna Beatriz Garcia Leite e professora Elizabeth Pereira Galindo da Silva da EE Professora Alice Fontes Pinheiro, de Cuiabá.
Já na categoria Memórias Literárias estão na disputa “Sempre estive no paraíso, às margens de um rio cristalino” do aluno Felipe Gabriel da Silva e professora Cássia Silva Matiolevitcz da Escola Municipal 04 de julho, de Campo Novo do Parecis; “Doce passado, frutífero presente” do aluno Luiz Henrique dos Santos e professora Márcia Cristina Fassbinder Zonatto da EE Angelina Franciscon Mazutti, de Campos de Julio, e “Um olhar através do tempo” da aluna Lígia Vaz Soares e professora Eline Gilka dos Santos Rodrigues, de Arenápolis.
Os vencedores na etapa nacional serão conhecidos em novembro.
Premiação
O concurso premiará os participantes da seguinte forma: 500 alunos semifinalistas e seus professores: medalha, livros e participação em oficinas culturais e de formação; 152 alunos finalistas e seus professores: medalha e 1 tablet; escolas dos 152 finalistas: placa de homenagem. Os 28 professores semifinalistas, vencedores na categoria Relato de Prática: 1 notebook.
Os 20 alunos vencedores e seus professores: medalha, 1 notebook e 1 impressora. Já as escolas dos 20 vencedores: 10 computadores, 1 impressora, 1 projetor, 1 telão para projeção e livros.
O projeto
O concurso “Escrevendo o Futuro” é uma iniciativa do Ministério da Educação, em parceria com a Fundação Itaú Social, com coordenação do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).
O tema escolhido para esta edição é “O lugar onde vivo”, que propicia aos alunos estreitar vínculos com a comunidade e aprofundar o conhecimento sobre a realidade, contribuindo para o desenvolvimento de sua cidadania.
O professor Leandro Resende comenta que, além da seleção e premiação de textos, a Olimpíada propõe para o professor de língua portuguesa uma formação que o auxilie na reflexão e compreensão da função social da escrita, fortalecendo o seu trabalho em sala de aula.
“A experiência de produção de textos possibilita aos alunos a ampliação de suas competências na linguagem oral, na leitura e na escrita, além de aprofundar o olhar sobre o lugar em que vivem, aproximando a comunidade da escola”, finaliza.​



http://www.seduc.mt.gov.br/Paginas/Comiss%C3%A3o-Estadual-divulga-semifinalistas-da-5%C2%AA-Olimp%C3%ADada-de-L%C3%ADngua-Portuguesa.aspx

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Relator de MP da Reforma do Ensino Médio quer debate com estudantes

O senador Pedro Chaves (PSC-MS), escolhido relator da medida provisória que reforma o ensino médio (MP 746/16), disse que vai realizar diversas audiências públicas com interessados no tema, inclusive os estudantes, antes de definir o seu parecer. Nesta quarta-feira (19), várias escolas públicas de ensino médio foram ocupadas por estudantes contrários às mudanças.
Para o senador, a reforma precisa aumentar a motivação dos alunos para o estudo, dando a eles a oportunidade de escolher as áreas de sua preferência. "Nos países de primeiro mundo, já acontece essa flexibilidade. Você observa que tem um núcleo base e, a partir disso, o aluno tem opções. O que não pode é engessar o ensino, como vem acontecendo, e os nossos resultados são desastrosos", declarou.
O deputado Izalci (PSDB-DF), eleito nesta quarta-feira presidente da comissão especial que vai analisar a MP, afirmou que acredita em um grande entendimento entre os parlamentares. Ele lembrou que a Câmara discutiu por quatro anos a reforma do ensino médio e já tinha aprovado um texto em comissão especial (PL 6840/13) por unanimidade.
Alterações no currículo
A reforma elaborada pelo governo propõe que português, matemática e inglês sejam oferecidos obrigatoriamente nos três anos de ensino. As outras disciplinas seriam reunidas em cinco áreas que poderiam ser seguidas pelos alunos conforme as suas escolhas. As áreas são linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional. As disciplinas ainda serão debatidas na definição da Base Nacional Comum Curricular. Hoje, existem 13 disciplinas obrigatórias.
Também está previsto na reforma o aumento gradual da carga horária de 800 para 1.400 horas anuais, tornando o ensino integral. Além disso, profissionais com "notório saber", mas sem formação específica, poderiam dar aulas.
Deputados da oposição, como Reginaldo Lopes (PT-MG), disseram estranhar a proposta de educação integral em meio aos debates da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/16, que limita os gastos públicos por 20 anos, já que o aumento da carga vai exigir mais dinheiro. Lopes também criticou a pequena grade de matérias obrigatórias que foi proposta.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem – Sílvia Mugnatto
Edição – Pierre Triboli









http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/EDUCACAO-E-CULTURA/518071-RELATOR-DE-MP-DA-REFORMA-DO-ENSINO-MEDIO-QUER-DEBATE-COM-ESTUDANTES.html

Janot diz que lei de AL que proíbe opinião de professor é inconstitucional

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, emitiu um parecer, nessa quarta-feira (19), alegando inconstitucionalidade da lei "Escola Livre", aprovada pela Assembleia Legislativa e já em vigor em Alagoas.  Para ele, além de ser ilegal por usurpar a função de legislar sobre educação --exclusiva da União--, a lei é carregada de vícios.
"O propósito perseguido pelo legislador alagoano, de limitar o conteúdo da manifestação docente no ambiente escolar, não se compatibiliza com os princípios constitucionais e legais atinentes à educação nacional, os quais determinam gestão democrática e pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, não a proscrição de manifestações que possam vir a ser consideradas por parte de pais como contrárias às suas convicções morais, religiosas, políticas ou ideológica", afirmou o procurador.
A manifestação contrária foi dada em parecer na Ação Direta de Inconstitucionalidade 5580, impetrada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino no STF (Supremo Tribunal Federal). De forma cautelar, a entidade pede a suspensão da lei; no mérito, quer a revogação da lei da "Escola Livre", como foi chamada em Alagoas.
Antes da PGR, a AGU (Advocacia Geral da União) também manifestou entendimento semelhante, criticando a lei alagoana. O processo ainda será julgado.
Esse tipo de legislação foi a primeira aprovada por um Estado brasileiro seguindo as bases do programa "Escola Sem Partido", que está em discussão no Senado. O projeto 193/2016 é de autoria do senador Magno Malta (PR-ES) e inclui o programa entre as diretrizes e bases da educação nacional. A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão,do Ministério Público Federal, já havia se manifestado contra o projeto.
Em Alagoas, a lei foi promulgada pela própria Assembleia após o governador Renan Filho (PMDB) ter o veto derrubado pelos deputados, em abril, e se recusar a assinar a promulgação. O governo também se manifestou no processo contrário à lei. 

"Proibições genéricas"

Segundo Janot, a lei alagoana traz um "desproporcional sacrífico da liberdade de expressão e das liberdades educacionais, por meio de proibições genéricas, capazes de transformar estabelecimentos de ensino em comitês de controle de ideias debatidas em ambiente escolar."
"Empregou o legislador termos amplos e vagos para identificar o objeto da conduta proibida: prática de doutrinação política e ideológica, emissão de opiniões político-partidárias, religiosas ou filosóficas e contrariedade a convicções morais, religiosas ou ideológicas", explica.
Janot também cita que a lei interferiu no regime de servidores públicos estaduais e impôs ao Poder Executivo impactos financeiros e orçamentários, o que são práticas vedadas.
Sobre o argumento da lei, semelhante à do projeto "Escola Sem Partido", Janot diz que ela "despreza a capacidade reflexiva dos alunos" e os trata "como se eles fossem apenas sujeitos passivos do processo de aprendizagem, e a interação de pais e responsáveis, como se não influenciassem a formação de consciência dos estudantes. Tomar o estudante como tabula rasa a ser preenchida unilateralmente com o conteúdo exposto pelo docente é rejeitar a dinâmica própria do processo de aprendizagem", afirma.
"A atividade educacional serve não apenas ao fomento do desenvolvimento intelectual e cognitivo do alunado ou à ministração de conteúdos básicos para viabilizar a qualificação profissional, mas também à integração do estudante à vida em sociedade e ao exercício da cidadania", completa. 

Defesa da Assembleia

Na manifestação em defesa da lei, a Assembleia Legislativa de Alagoas discorda da tese de que o Estado não poderia legislar sobre educação. "Os Estados, enquanto entes federativos, possuem competência legislativa para a instituição de novas regras no plano de ensino e para a criação de programas que auxiliem no processo educacional. Em outras palavras, as decisões do STF apontam que, se há disposição do ente em oferecer maior prestação do direito à educação, deverá essa ser admitida e recepcionada".
O procurador da Assembleia de Alagoas, Diógenes Tenório Júnior, explica que regra vale como forma complementar e aguarda que o STF acolha os argumentos. "No nosso entendimento, o Estado não pode legislar sobre os princípios da educação federal. Mas existe a autonomia dos Estados, assegurada constitucionalmente, que diz que o Estado pode legislar de forma suplementar sobre saúde e educação, desde que não conflite com a legislação federal", explicou. 

A lei

Segundo a lei promulgada, o professor deve manter "neutralidade política, ideológica e religiosa do Estado"; e fica "vedada a prática de doutrinação política e ideológica em sala de aula, bem como a veiculação, em disciplina obrigatória, de conteúdos que possam induzir aos alunos a um único pensamento religioso, político ou ideológico."
O professor também ficaria proibido de fazer "propaganda religiosa, ideológica ou político-partidária em sala de aula" e incitar "seus alunos a participar de manifestações, atos públicos ou passeatas".
Além disso, determina ainda que, nas questões políticas, socioculturais e econômicas, o professor deve apresentar aos alunos, "de forma justa, com a mesma profundidade e seriedade, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas das várias concorrentes a respeito, concordando ou não com elas."
A lei também condiciona a frequência dos estudantes em disciplinas optativas à "expressa autorização dos seus pais ou responsáveis." Para garantir a efetividade da lei, o projeto prevê punições previstas no Código de Ética e no regimento único dos servidores, que estipula até demissão.

http://educacao.uol.com.br/noticias/2016/10/20/janot-diz-que-lei-de-al-que-proibe-opiniao-de-professor-e-inconstitucional.htm

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Divulgados os locais de prova do Enem 2016


Resultado de imagem para enemA consulta aos locais de aplicação de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2016 já está disponível desde as 15h (horário oficial de Brasília) desta quarta-feira, 19. A verificação dos Cartões de Confirmação com essas informações é de responsabilidade dos inscritos e pode ser realizada na internet, através da  Página do Participante, ou também em tablets e smartphones, por meio do aplicativo “Enem 2016”.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), responsável pela aplicação do Enem, também encaminhará, por SMS e email, aos 8.627.195 estudantes inscritos na edição deste ano, um aviso de que os respectivos Cartões de Confirmação já podem ser acessados. Além disso, a cada três dias, novos lembretes serão enviados, por esses mesmos canais de comunicação, para todos que ainda não tenham verificado seus locais de prova.
O objetivo é garantir a tranquilidade de todos os participantes durante a aplicação do Enem 2016. Mas, nesse sentido, é importante ainda que os participantes visitem o seu local de provas com antecedência e que, nas datas do exame, não se esqueçam de levar um documento original com foto e caneta de tinta preta fabricada em material transparente.
A apresentação do Cartão de Confirmação nos dias de prova não é obrigatória, entretanto, esse documento possui informações valiosas para os participantes, tais como: número de inscrição, data, local e horário de realização das provas, opção de língua estrangeira, necessidade de atendimento especializado ou específico (quando houver); além da indicação de solicitação de certificação do ensino médio (se for o caso).
É necessário informar CPF e senha antes de visualizar o cartão de confirmação. Quem esqueceu a senha, deverá entrar na Página do Participante do Enem para recuperá-la, informando o CPF e a data de nascimento. Feita a solicitação, é necessário aguardar o encaminhamento da senha por e-mail ou mensagem no celular (SMS), para realizar o novo acesso.
Aplicativo – Outra inovação trazida este ano para facilitar a vida dos participantes é o aplicativo Enem 2016, que, além de disponibilizar o cartão de confirmação e informar os locais de provas, também dará acesso aos gabaritos. O download está disponível nas lojas de aplicativos Google Play (Android), App Store (iOS) eWindows Store (Windows Phone).
Segurança – Haverá também novidades em relação à segurança do exame com a coleta do dado biométrico de todos os participantes nos dois dias de provas. A verificação será feita individualmente pelo chefe de sala depois do início das provas.
Atendimento Especializado e Específico – No total, 68.907 atendimentos especializados foram deferidos no Enem 2016 para deficientes, de acordo com a solicitação feita no ato da inscrição e com as regras do edital. Esses candidatos terão direito ao tempo adicional de até 60 minutos em cada dia de realização do Exame, mediante requerimento específico disponível em sala de provas.
Houve ainda 101.902 atendimentos específicos deferidos, para gestantes (7.590), sabatistas (76.275), idosos (1.455), lactantes (16.538) e em classes hospitalares (44). Contudo, de acordo com o edital do exame, esses participantes não poderão solicitar tempo adicional. O mesmo vale para os 407 estudantes que solicitaram utilização de nome social no Enem 2016.
As lactantes deverão levar um acompanhante que permanecerá numa sala especifica cuidando do lactente enquanto elas realizam as provas. O contato da mãe com a criança será acompanhado de aplicador e terá utilização de detector de metais. Todos os colaboradores que atuarão no Enem 2016 passam por duas formações, uma presencial e outra a distancia, quem visam padronizar os procedimentos de aplicação de forma isonômica a todos os participantes.
Locais de prova – Neste ano, o Enem será aplicado em 1.727 municípios e no Distrito Federal. Os locais de provas são selecionados pelas instituições aplicadoras e englobam um universo de aproximadamente 17 mil estabelecimentos. Cada um é visitado previamente pelos coordenadores de local para verificação da infraestrutura necessária para a aplicação.
Todos os inscritos já estão devidamente alocados. Porém, alguns desses locais de prova precisaram iniciar processo de reforma ou tiveram suas instalações comprometidas devido a fenômenos naturais. Por esse motivo, serão substituídos. Portanto, os participantes cuja previsão era fazer as provas nesses locais de prova serão realocados para outros e terão seus cartões de confirmação atualizados.
Então, se ao acessar o Cartão de Confirmação para visualizar o local de provas, os participantes verificarem que há a mensagem “Aguarde a confirmação do seu local de prova. Efetue nova consulta nos próximos dias”, não é preciso se preocuparem. Continuem acompanhando seu Cartão de Confirmação na Pagina do Participante ou no aplicativo Enem 2016 que a atualização será realizada até antes da aplicação do exame.
Em caso de dúvidas, ligue para o Inep no telefone 0800-616161.
Acessem aqui a Página do Participante.
Veja a apresentação mostrada na coletiva de imprensa.
Clique aqui para fazer o download do aplicativo Enem 2016.
Assessoria de Comunicação Social 

http://portal.inep.gov.br/visualizar/-/asset_publisher/6AhJ/content/divulgados-os-locais-de-prova-do-enem-2016?redirect=http%3a%2f%2fportal.inep.gov.br%2f

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Com neologismos, professor Tapirapé mantém viva língua e identidade da etnia


Quando tem de ir a um lugar a outro de forma mais ágil, Josimar Xawatare'yni, 45 anos, sobe na tatayakoty e, não raramente, para se proteger um pouco do sol forte, utiliza o xatewakwy. Amante das palavras e prevenido que é, o professor procura sempre ter por perto um paraxi, afinal, pode ser que a qualquer momento tenha que colocar no papel a inspiração para a criação de mais uma novidade linguística para a sua etnia - Tapirapé.
Em 25 anos de profissão como professor da Escola Estadual Indígena Tati'itãwa, na Terra Indígena Urubu Branco, situada no município de Confresa (1.100 km de Cuiabá), Josimar já converteu mais de 40 palavras do português para o Tapirapé.
Utilizando uma metodologia própria, o professor se vale de recursos de significação da língua materna para adaptar as palavras do português, e assim, difundir o próprio idioma entre a comunidade indígena. Dessa forma, a união de“tata”, o equivalente tapirapé a fogo; “ya”, que significa meio de transporte; e “koty”, o mesmo que roda, se transforma em moto.
Já a junção de “xate”, que corresponde a chapéu, com “wakwy”, (ponta), vem a ser o que entendemos por boné. A mesma lógica se aplica para “paraxi”, ou lápis.
Graduado pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) em Licenciatura Intercultural, a ideia, segundo ele, partiu da constatação de que, por falta de palavras adequadas na língua original, o português vinha ganhando protagonismo cada vez maior entre o seu povo.
“É assim que começa. Se algo não fosse feito, em alguns anos nosso idioma de origem poderia já nem mais existir. O neologismo, na verdade, é uma forma de a gente manter viva a nossa identidade”, explica.
Um estudo elaborado pelo Museu do Índio do Rio de Janeiro, divulgado em 2014, alertou que, no prazo de 15 anos, 30% das línguas indígenas do Brasil poderiam desaparecer – em razão do contato cada vez maior entre os povos e homem branco e, sobretudo, pela escassez de iniciativas como as desenvolvidas por Josimar, por exemplo.
Os ensinamentos não ficaram restritos à sala de aula. Percebendo boa aceitação por parte dos alunos, o professor, com a ajuda dos estudantes, passou a se reunir com a comunidade para apresentar as novidades neologísticas – que não tardaram a cair nas graças do povo.
“Praticamente não falamos mais o português dentro da Terra, atualmente. Não por falta de domínio, mas por falta de necessidade mesmo”, ressaltou Josimar. A população Tapirapé, conforme o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2010, é de mil habitantes.
Para reforçar a aprendizagem e registrar o conhecimento, o professor trabalhou na confecção de um livro de gramática da língua tapirapé – uma das poucas etnias a ter registro escrito do tipo.
Devido ao esforço na busca por preservar a cultura de origem, Josimar chegou a ser premiado, em 2003, como Professor Nota 10 – reconhecimento concedido pela Fundação Victor Civitta, por meio da revista Nova Escola, uma das mais conceituadas em educação no país.
O prêmio, no entanto, não alterou em nada a rotina de Josimar. Todos os dias ele está em sala de aula, ensinando. “É o que eu gosto. Se não fosse professor, não sei o que eu seria”​.

Helson França 
Assessoria Seduc-MT

http://www.seduc.mt.gov.br/Paginas/Com-neologismos,-professor-Tapirap%C3%A9-mant%C3%A9m-viva-l%C3%ADngua-e-identidade-da-etnia.aspx

Declaração para um novo ano

20 para 21  Certamente tivemos que fazer muitas mudanças naquilo que planejamos em 2019. Iniciamos 2020 e uma pandemia nos assolou, fazendo-...