terça-feira, 21 de agosto de 2018

Investimento em professor é desafio para a educação

Nos últimos anos, o Brasil aumentou três vezes o valor investido por aluno no ensino básico e deu importância a políticas como avaliações, base curricular e financiamento de estudantes em faculdades. No entanto, pouco olhou para a sala de aula. E os resultados da aprendizagem das crianças mostram que se caminha a passos lentos para chegar perto dos países que mudaram o rumo da sua educação. Ao olhar para as melhores experiências no mundo, especialistas garantem que só haverá evolução se o próximo governo investir fortemente no professor.
As mudanças em várias nações vêm da constatação de que a qualidade do docente é fator determinante para o ganho de aprendizagem do aluno. Um estudo recente, que tem entre os autores o economista da Universidade de Stanford Raj Chetty, analisou 2,5 milhões de crianças durante 20 anos nos Estados Unidos. Os dados revelaram que estudantes de um bom professor têm maior probabilidade de iniciar o ensino superior, entrar em faculdades de melhor qualidade, receber maiores salários e poupar mais para aposentadoria.

Educação
Dados revelaram que estudantes de um bom professor têm maior probabilidade de iniciar o ensino superior 
Foto: GABRIELA BILÓ/ESTADÃO
Outras pesquisas anteriores já indicavam que crianças que tiveram aulas com bons profissionais obtiveram um ganho médio de um ano de escolaridade. Melhores professores são particularmente importantes para crianças com perfil socioeconômico baixo. A atuação deles por anos seguidos pode mudar o destino de um aluno pobre e eliminar a distância de aprendizagem entre ele e um estudante de classe alta. Segundo pesquisas, um professor de qualidade tem o domínio do conteúdo que ensina e uma boa gestão de sala de aula, com estratégias que mantêm alunos envolvidos e técnicas de ensino eficazes. 
“Não adianta nada discutir Base Curricular se a gente não conseguir resolver o problema do magistério”, diz a consultora e ex-secretária de Educação do Rio Grande do Sul Mariza Abreu. “Só podemos ter alguma esperança de que a educação vai melhorar quando a agenda do professor se tornar prioritária. É preciso uma mudança estrutural”, aponta o diretor de políticas educacionais do Movimento Todos pela Educação, Olavo Nogueira Filho. 
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