segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Livro propõe caminhos para a Educação Integral

Do Todos Pela Educação
A Cidade Escola Aprendiz, em parceria com a Editora Moderna, lançou o quinto volume da coleção “Tecnologias do Bairro-escola”, série que tem como objetivo aprofundar experiências de Educação Integral. A edição apresenta sugestões direcionadas às escolas e oferece a professores e gestores conceitos e metodologias que possibilitam aproximar a escola da comunidade de diversas formas.
É o caso do Futimania, um dos projetos apresentados na publicação para exemplificar uma das tecnologias: as Trilhas Educativas. O tema – no caso, o futebol – foi definido pelo grupo. Estudantes e educador trabalharam então sobre uma questão norteadora – o início da trilha: De que maneira esse esporte se manifesta no bairro? Dado o pontapé inicial, o passo seguinte foi planejar a pesquisa de campo e possíveis intervenções. Com essas definições, o educador cuidou para que tudo estivesse articulado com a proposta curricular vigente e determinou formas de sistematizar e avaliar a construção dos conhecimentos. A trilha chegou ao fim com a realização das avaliações previstas e do compartilhamento das aprendizagens. No caso do Futimania, o projeto resultou na distribuição de uma cartilha em todas as escolas do bairro, na criação de um blog e numa reivindicação de melhorias, encaminhada para a prefeitura.
Sempre baseada em exemplos, a coleção “Tecnologias do Bairro-escola” está organizada por eixos de atuação (articulação comunitária, currículo escolar, cultura e comunicação), e pode servir de referência para lideranças comunitárias, educadores, agentes da cultura, da comunicação e outros atores interessados nos processos de desenvolvimento local, sempre tendo a Educação como centro articulador das ações.
“O livro oferece instrumentos para escolas que estão procurando desenvolver projetos pedagógicos orientados por uma perspectiva integral da Educação. Quando a escola se lança a esse desafio, precisa repensar vários aspectos – o currículo, a gestão, a articulação com a comunidade”, afirma Helena Singer, diretora da Cidade Escola Aprendiz. “Esse caminho pode ser simplificado pelo acesso a algumas experiências exitosas na área e a instrumentos já desenvolvidos por essas iniciativas. É isso o que a escola encontra no livro.”
Além das Trilhas Educativas, a publicação apresenta outras três tecnologias. Uma delas é uma metodologia de avaliação da aprendizagem contínua. Outra foca na criação de espaços de diálogo dentro do ambiente escolar – o que inclui desde canais virtuais para a comunicação de toda a comunidade, envolvendo alunos, docentes e famílias, até mecanismos para tomada de decisões. Por fim, a última tecnologia pretende fazer dos estudantes agentes de comunicação entre a escola e a comunidade por meio de uma formação que aborde novas linguagens de expressão.
Meta do PNE
Educação Integral é o tema da meta 6 do Plano Nacional de Educação, lei sancionada em junho deste ano pela presidente Dilma Roussef. Diz o texto da meta que o Brasil deve, em dez anos, oferecer Educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas do país, atendendo, pelo menos, 25% dos alunos da Educação Básica. Atualmente, apenas 34,7% das escolas públicas têm matrículas em tempo integral, atendendo a somente 13,2% dos estudantes.
“A primeira estratégia da meta 6 do PNE [cada meta é acompanhada de estratégias propostas para o atingimento dos objetivos] define que será de, no mínimo, sete horas o tempo de permanência dos estudantes na escola ou sob sua responsabilidade. Isso incorre em dificuldades pedagógicas e estruturais. Do ponto de vista pedagógico, embora seja verdade que é preciso garantir que nossas crianças e adolescentes estejam mais horas por dia expostos a situações de ensino, não é consenso que o melhor lugar para isso seja a escola, já que se corre o risco de escolarizar as ricas experiências dos campos da cultura, do esporte, da ciência e da política”, explica Helena. “Do ponto de vista estrutural, hoje, grande parte das escolas brasileiras funciona em mais de um turno, o que significa que para que um quarto dos estudantes fique em tempo integral na escola será necessário construir e equipar milhares de escolas.”
Para Helena, oferecer aos estudantes sete horas por dia de processos coordenados pela escola em diferentes equipamentos, desenvolvendo atividades multidisciplinares, culturais ou esportivas, sob a responsabilidade da escola – e não necessariamente dentro do espaço escolar – é a alternativa mais inovadora. “A Educação Integral é uma nova perspectiva que possibilita romper com as políticas fragmentadas e isso é fundamental para conquistar a qualidade na Educação. É um caminho importante para a qualificação da Educação Pública porque incide sobre os vários aspectos envolvidos no processo educativo: o papel do lugar, do território, da comunidade no processo educativo, as parcerias possíveis entre os diversos setores, entre o público e o privado, o respeito à diversidade cultural brasileira e à diversidade de interesses, habilidades e estilos de aprender.”
Para baixar o quinto volume da publicação Tecnologias do Bairro-escola, clique aqui. 
Para saber mais sobre o PNE, conheça o Observatório do PNE, plataforma online com o objetivo de monitorar os indicadores referentes às 20 metas do plano. O site permite o acompanhamento dos indicadores e estratégias e oferece análises sobre as políticas públicas educacionais já existentes. Acompanhe.

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