sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Mesa Internacional aborda garantia das condições de aprendizagem para os alunos


A gestão escolar como garantia de condições de aprendizagem para todos os alunos foi o tema da segunda palestra do I Seminário Internacional de Boas Práticas de Gestão Escolar, que aconteceu na quinta-feira 14/8, em Brasília.
Participaram da mesa internacional, a secretária de Estado de Educação do Mato Grosso, Rosa Neide Sandes de Almeida; Angela Dannemann, diretora executiva na Fundação Victor Civita e os diretores americanos que estão realizando intercâmbio no Brasil: Tim Doran; Andrea Tejedor; Marco Nava; Hudson Thomas; Lindsey Pollock; Debra Livingston; David Moody e Rachel Clark.
A secretária do Mato Grosso, Rosa Neide, destacou a importância do debate com os diretores norte-americanos e de uma adequação de realidades. Ela também ressaltou a diversidade do momento. “Apesar das diferenças culturais e históricas, lidamos com educação de crianças e adolescentes, e há semelhanças nesse aspecto”. Segundo a secretária, está inserido no objetivo de todos “o desejo de ver os jovens mais felizes. É momento histórico e que contribui para os grandes avanços na educação brasileira”.
Sobre o tema da mesa internacional, Rosa Neide afirmou que “aprendizagem é aquilo que desejamos para nossos alunos e neste momento é importante a reflexão sobre o tipo de aprendizado que estamos passando a eles.” Destacou o fato de que todos os presentes fazem a educação na prática: “no chão das escolas e das regionais de ensino”. Para ela o momento é uma excelente oportunidade de trocas, pois,  “são educadores que têm práticas e que nos ajudam a refletir melhor sobre a educação que queremos”.
Por fim a secretária Rosa Neide provocou os participantes a refletirem “sobre as experiências apresentadas e busque adequá-las para o contexto brasileiro e de cada realidade regional”.
A diretora executiva da Fundação Victor Civita, Angela Dannemann, afirmou que na condução da gestão escolar deve-se priorizar “a presença de gestores que atuem como líderes nas escolas, capazes de implementar ações direcionadas para o foco da aprendizagem, contendo metas planejadas e negociadas com suas equipes e a rede de execução continuamente monitorada para corrigir desvios e assegurar os ganhos obtidos”.
Para ela, é fundamental a garantia de “formação continuada da equipe e seu próprio aprimoramento”, para os gestores. Segundo Dannemann é preciso construir uma comunidade de boas iniciativas que assegure o monitoramento escola/rede e permitir as trocas entre escolas para compartilhamento de ações e recursos, “bem como a discussão de desafios comuns.  Abrindo espaço para a inovação e a experimentação, sem perder o foco nos objetivos educacionais”, apontou.
Ao final, Angela Dannemann afirmou que é preciso “orientar e apoiar os educadores a respeitar, cada vez mais, as diversas formas de aprendizagem dos alunos, num mundo cada vez mais virtual, inundado de informações que demandam uma ação educativa intencional para se transformar em conhecimento aplicável às situações reais”, concluiu.
Os diretores americanos subdividiram-se em duplas, para abordar quatro diferentes temas: aprendizagem, equidade escolar, envolvimento da família no âmbito escolar e, também, a administração do material e o ambiente escolar.   
Aprendizagem escolar - Foi o tema abordado pelos diretores Rachel Clark e David Moody, que discutiram sobre os processos de avaliação e a importância da auto-reflexão na atuação dos alunos e professores. Os diretores apontaram as diferenciações das respectivas escolas e descreveram como melhoram os processos de aprendizagem dos alunos.
Rachel dividiu com o público as experiências com a prova principal, que eles aplicam na Carolina do Norte, que, além da nota, são avaliados níveis socioeconômicos, gênero, raça, dentre outros critérios, para o cálculo final da nota. “No fim, diretores, professores e pais se juntam num processo final, que aponta os erros e acertos da escola, de acordo com o aprendizado dos alunos, para que a cada ano, a escola melhore seu desempenho”, afirmou Rachel.
David trouxe novas perspectivas a palestra, ao falar sobre as avaliações que faz na escola que atua. “Ao invés de avaliações anuais, fazemos mensais, e ao verificar os erros, eles vão sendo ajustados continuamente”, disse.
Equipe escolar - Professores e Funcionários - Foi o assunto debatido pelos diretores Marco Nava e Debra Livinston. Eles compartilharam com o público, suas experiências sobre esse tema, especialmente, sobre o desenvolvimento de lideranças na formação de professores que “é um dos aspectos mais marcantes, devido a importância do progresso das capacidades para o professor se tornar um líder e assim formar novos líderes”, segundo Nava.
“Com as mudanças da escola, hoje exerço um papel de líder, onde não preciso acompanhar de perto cada ação, posso apenas direcionar a equipe ” afirmou Debra, ao pontuar as principais diferenças na equipe escolar com um maior número e mais liderança. Atualmente, todos tem algum cargo de liderança na escola, na devida situação, para que consigam chegar na equipe perfeita.
Para Marco “o mais importante para um diretor é ser capaz de identificar seus pontos fortes e fracos, assim como os de seus companheiros de equipe, para a melhora e o fortalecimento do grupo.” O professor ser líder e formar líderes é o principal foco de sua escola e para isso eles utilizam a “tecnica das 6 qualidades” - cada líder deve ter coragem, moral, equidade social, persistência, reflexão, diversidade e confiaça.
Envolvimento da família no âmbito escolar - Foi a questão que Hudson Thomas e Lindsey Pollock trataram durante sua participação. A colaboração e presença dos pais, é um diferencial que somente agrega aos alunos. Destacou - se a presença pais como voluntários nas Associações de Pais e Mestres, a participação nos eventos escolares e as dificuldades encontradas com os pais de alunos que não tem o poder de ajudar filho em casa.
Lindsey lembrou das qualidades de ser pai ou mãe, “precisamos nos envolver mais no processo escolar, para colaborar com a comunidade” afirmou. O trabalho voluntário de pais nas escolas dos Estados Unidos é um dos hábitos diferenciais que eles possuem.
“O aprendizado em casa é uma continuação do processo escolar e caso os pais não consigam ajudar, a escola deve estar pronta para prestar o suporte para a família” afirmou Hudson. Para ele “muitos de seus alunos possuem pais analfabetos e cabe a escola ajudar a lidar com essa crise”.
Infraestrutura Escolar - Foi o último assunto debatido pelos diretores americanos, Andrea Tejedor e Timothy Doran, trouxeram a importância da administração do material e o ambiente escolar. A importância da formação de cidadãos, participação do diretor, construções de relações com todas as pessoas que compõe o ambiente escolar, participação ativa dos alunos nas construções da escola, aprendizagem ativa e motivação escolar como  parte dos tópicos principais do debate.
Tim salientou o papel das crianças na escola, “um prédio só pode vir a ser escola quando tem crianças, e, é na escola,que elas se tornam cidadãos e assim pessoas competentes e confiantes”, afirmou.  Segundo ele “os valores e a infraestutura são os alicerces da escola”, além da própria “participação do diretor nas atividades diárias é essencial”.
Andrea abordou o tema de um modo mais global, não citando a própria escola como exemplo. “O Brasil e os Estado Unidos estão lutando com problemas parecidos em termos de aprendizagem e motivação dos alunos”. A diretora americana acredita que atualmente a tecnologia será um canal de solução “que vai nos ajudar nisso”, afirmou. Para ela “a junção da pedagogia e da tecnologia como ferramenta é a saída para uma inovação pedagógica que acompanhe em escala global as mudanças mundiais”, pontuou.
I Seminário Internacional de Boas Práticas - O evento foi uma realização do Conselho Nacional de Secretários de Educação - Consed em parceria técnica do Cenpec e da ConsisTI. E contou com a colaboração dos parceiros: Ministério da Educação, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE),  Embaixada Americana,  Conselho Britânico, Undime, a Fundação Telefônica, Unesco, Fundação Victor Civita, Fundação Santillana, Fundação Itaú Social, Instituto Unibanco, Instituto unibanco, Instituto Natura, Fundação Roberto Marinho, Nuvem de Livros, a Gerdau e o Instituto Educação.
http://consed.org.br/index.php/comunicacao/noticias/892-mesa-internacional-aborda-garantia-das-condicoes-de-aprendizagem-para-os-alunos

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