Em greve, há profissionais que receberam R$ 30,00 do prefeito Juarez Costa
LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
DA REDAÇÃO
A presidente do Sintep, Sidnei Cardoso, e o prefeito Juarez Gomes: crise na educação |
As informações são da presidente da subsede do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Sidinei Cardoso.
"Fizemos apelo nas ruas e nas redes sociais, pois não temos sobreviver até o final do mês com esse corte no salário. Temos servidor que recebeu R$ 30"
Segundo ela, 80% dos 1,4 mil profissionais do setor estão em greve em Sinop desde o dia 21 de julho. A rede atende a aproximadamente 14 mil alunos.
Na última quarta-feira (30), quando os salários foram depositados, alguns trabalhadores descobriram que receberam menos de R$ 100.
"Fizemos apelo nas ruas e nas redes sociais, pois não temos como sobreviver até o final do mês com esse corte no salário. Tem servidor que recebeu R$ 30”, disse a sindicalista.
O corte de ponto dos trabalhadores, segundo ela, seria uma postura “arbitrária” do prefeito, uma vez que a greve não foi declarada ilegal pela Justiça.
“A Secretaria de Educação e a Prefeitura nos fecharam as portas e cortaram o ponto de forma arbitrária sem nem fazer uma proposta para a categoria. A população está do nosso lado e apesar das ameaças a greve continua", afirmou a presidente.
Diante do corte salarial, os trabalhadores passaram a realizar manifestações diárias em frente à Secretaria Municipal de Educação desde quinta-feira (31). O órgão, porém, fechou para o atendimento ao público e ainda não retornou às atividades.
Segundo o diretor da regional Norte do Sintep-MT, Valdeir Pereira, nenhuma negociação teve início com a Prefeitura de Sinop e os profissionais do setor – principalmente aqueles que saíram da zona rural para acampar na cidade e participar do movimento grevista – estão passando por dificuldades financeiras.
“Por isso passamos a nos organizar para garantir a alimentação do pessoal que está participando do acampamento, fazendo cotas e contando com doações. A população tem compreendido e nos ajudado”, afirmou.
É o caso da técnica de desenvolvimento infantil Rosimeire Ribeiro, que tem um salário de R$ 1,5 mil, mas, com os descontos feitos na folha e o corte de ponto, disse ter recebido apenas R$ 312.
"Estou vindo ao acampamento para almoçar todos os dias com a minha filha. Mas tenho colegas que trabalham no apoio, por exemplo, que receberam ainda menos do que eu", disse.
Divulgação
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Educadores estão realizando manifestações diárias no Município
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A categoria reivindica melhores condições de trabalho, readequação da jornada de trabalho de 40 horas para 30 horas semanais e equiparação salarial com a rede estadual de ensino.
Por meio de assessoria, o Sintep-MT informa que o salário base dos professores da rede municipal é de R$ 1.697 para uma jornada de 40 horas semanais.
Eles comparam a remuneração com o salário recebido pelos educadores da rede estadual, que é de R$ 1.747 para o cumprimento de uma carga horária semanal de 30 horas.
As condições das escolas, segundo o sindicato, também é precária.
Outro lado
Em nota enviada por meio de sua assessoria de Comunicação, a Prefeitura de Sinop informou que não tem capacidade financeira para atender às reivindicações da categoria e que o "corte de ponto" é um ato administrativo legal, sendo que os servidores grevistas deverão receber o referido desconto quando da reposição de aulas.
A Prefeitura negou, ainda, que existam trabalhadores tenham recebido menos de R$ 100 no dia de pagamento, conforme denunciado pelo Sintep-MT.
"O menor salário da pasta da Educação é de R$878,44, para 30 horas/semanais para o pessoal de apoio (merenda/limpeza)", diz trecho da nota.
O Município alega ter ingressado, na Justiça, com ação de "ilegalidade da greve" e aguarda deferimento
A pasta enviou, ainda, uma tabela de impacto financeiro elaborado pelas secretarias de Finanças e Administração a partir das reivindicações dos profissionais da educação, que resultou na greve do setor.
"As secretarias de Finanças e Administração divulgaram a tabela de impacto (aumento) financeiro elaborado a partir das duas reivindicações dos profissionais da educação e que culminou em greve do setor. As duas reivindicações são redução da jornada de trabalho de 40 horas para 30 horas semanais para todos os profissionais da educação e equiparação salarial dos professores do estado.
As tabelas mostram uma elevação de 4 milhões e 200 mil em 2014, 10 milhões e 300 mil em 2015, 15 milhões e 500 mil em 2016, 19 milhões e 700 mil em 2017 em 2017 e culminando em 24 milhões e 400 mil em 2018.
Os valores mostram que a Prefeitura de Sinop não dispõe, nem hoje e nem futuramente, de recursos para atender aos pedidos do Sintep. Bem como estudos mostram que a receita do município não tem como acompanhar esta despesa. Esta posição foi informada aos profissionais da educação noutras oportunidades, inclusive documentalmente. Mesmo assim o Sintep mantém a greve.
Nesta semana a prefeitura entrou com ação de “ilegalidade da greve” junto ao tribunal de justiça e aguarda deferimento".
http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=3&cid=205797
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