quinta-feira, 5 de junho de 2014

Educar para um mundo sustentável

Fernando Valenzuela Migoya
Escrito por Analice Bonatto

A preocupação com o planeta se traduz, muitas vezes, somente na preservação do meio ambiente, mas a National Geographic olha para o planeta e tudo o que está nele, afirma Fernando Valenzuela Migoya, presidente da Cengage Learning Latinoamérica e da divisão National Geographic Learning pela América Latina, que defende uma escola inspiradora, em que o conhecimento seja criado, direcionado e socializado com experimentos que a conectem ao mundo real. Em São Paulo para participar do XII Congresso Brasileiro de Gestão Educacional, realizado durante o GEduc 2014 em março, Migoya chamou o momento atual de era da exploração. “Isso significa que é necessário criar uma sensibilidade para o que está acontecendo no mundo e, ao mesmo tempo, levar a escola ao mundo. O conhecimento agora precisa ser descoberto. Essa capacidade é a única que vai criar aprendizado ao longo da vida”, afirma. Migoya concedeu entrevista exclusiva à Profissão Mestre sobre a importância do engajamento na escola. Para o presidente da entidade, a nova geração está mais preparada do que a anterior, mas é mais difícil captar sua atenção. “Toda essa dispersão dá a percepção de falta de conscientização. Para mim, não é isso; é falta de engajamento. Quando se resolve essa questão, a conscientização cria resultados”. Acompanhe a entrevista a seguir.
Profissão Mestre: Como educar para um mundo sustentável?
Fernando Valenzuela Migoya: Primeiro, é preciso reconhecer que a nossa geração falhou na criação de uma consciência de cuidado com o planeta; essa consciência, na maior parte das vezes, é apenas citada como preservação do meio ambiente. Mas a National Geographic Learning olha para todo o planeta. Para nós, educar para um mundo sustentável é cuidar do planeta e de tudo que está nele. E a educação – que é a única ferramenta para mudar o comportamento humano – é uma força para equalizar as desigualdades que existem em muitas dimensões, como a desigualdade social e a de acesso à educação. Além da educação, a internet também é uma força para difundir, socializar e levar adiante as mudanças.
Profissão Mestre: Qual é o papel da escola em relação a essa questão?
Migoya: O conhecimento está na escola e fora dela. A escola conecta a educação formal com a informal. Se o aluno visita um museu, ele está aprendendo, mas como isso torna a experiência na escola melhor? Como o que o aluno escuta na família e nas notícias criam experiência de aprendizagem na escola? O problema é que ainda pensamos que a escola é o prédio, mas ela precisa estar mais conectada com o mundo.
Profissão Mestre: Com a tecnologia, o que muda na sala de aula?  
Migoya: Muda o tipo de pessoa que precisa ser educada e as formas de acesso à informação que ela tem hoje. Muitas instituições, por exemplo, proíbem a entrada do celular em aula. Isso é proibir as novas gerações de atuarem no mundo delas, é tentar levar os estudantes de volta ao século XIX.
Profissão Mestre: Quais são os desafios de quem incorpora as tecnologias no processo de ensino e aprendizagem?
Migoya: São muitos. Na National Geographic, chamamos esse momento de a era da exploração. Isso significa que é necessário criar uma sensibilidade para o que está acontecendo no mundo e, ao mesmo tempo, levar a escola ao mundo. O conhecimento agora precisa ser descoberto. Essa capacidade é a única que vai criar aprendizado ao longo da vida.

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