terça-feira, 11 de março de 2014

Meritocracia: Avaliação de professores causa polêmica

Fonte: Terra


Em meio a discussões sobre salários e treinamentos de professores para melhorar a educação brasileira, se desenrola o debate entre defensores da meritocracia na carreira docente e os que acreditam que o sistema seja negativo. Em outubro de 2013, foi aprovado pela Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro o Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR), uma das reivindicações dos professores municipais, que no meio do ano passado estavam em greve por melhorias nas condições de trabalho. Entre os partidários do sistema, é preponderante a ideia de que a avaliação de resultados é fundamental para a transformação da educação no Brasil.
Segundo o diretor-geral do Centro Universitário Celso Lisboa, Alexandre Mathias, o sistema da meritocracia consiste no processo de avaliação da geração de resultados, a partir de uma definição clara dos objetivos e metas que devem ser alcançados. Mas não basta definir as metas, é preciso acompanhar o processo. "A medição de resultados deve ter um bom acompanhamento durante sua realização. Não se pode avaliar os docentes apenas no final do ano, caso o processo precise de correções no meio do caminho", explica.
O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe-RJ), defende o fim da meritocracia. A coordenadora-geral do Sepe, Marta Moraes, explica que o sindicato não é contra os professores serem avaliados, mas sim contra o uso da meritocracia vinculada ao salário, pois pode incitar uma competição entre os docentes e escolas. "A avaliação externa à escola coloca as realidades diferentes das instituições como se fosse uma só. A avaliação deve levar em conta a realidade da comunidade escolar. Além de que se for vinculada ao salário, se cria margem para fraude. Alguns diretores já maquiaram resultados para alcançar as metas e receber as bonificações", explica. Marta acredita que a meritocracia é uma política que enxuga recursos, pois o governo premia poucos e não garante um reajuste para todos.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação do Rio, o PCCR garante um aumento de 8% para todos os profissionais da educação e corrige ações como a equiparação entre professores de nível I e II (de 0 a 5 anos de carreira e de 5 a 8 anos de carreira, respectivamente), igualando o valor da hora-aula.
Em relação ao plano de carreira já existente, as principais mudanças foram a criação de um plano unificado para todas as categorias de funcionários da secretaria e a opção de ampliação de carga horária para os professores. Quanto à meritocracia, a secretaria afirma que a utiliza por meio do Prêmio Anual de Desempenho, que bonifica com um salário os professores e funcionários das escolas que atingirem as metas previstas. Os índices de cada escola são calculados a partir da nota na Prova Brasil, em anos ímpares, e na Prova Rio, em anos pares.
Na Secretaria Estadual de Educação do Rio, o servidor tem um conjunto de benefícios que não está atrelado apenas à sua performance. Além do salário base de R$ 2,6 mil para o professor com Ensino Superior, há o auxílio transporte e alimentação. Ainda, segundo o subsecretário de gestão de pessoas da secretaria, Luiz Carlos Becker, uma vez por ano os educadores recebem um auxílio de R$ 500 para investir em ferramentas pedagógicas. Becker informa ainda que a secretaria criou um processo seletivo interno baseado na meritocracia, experiência profissional e capacitação, para evitar indicações políticas na função de diretor de escola, por exemplo.
http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/educacao-na-midia/29727/avaliacao-de-professores-causa-polemica-entre-profissionais/

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