quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Salários dos professores melhoram, mas magistério atrai menos os jovens


  • Levantamento mostra que docentes tiveram aumento superior à média, mas eles ainda ganham menos que os outros profissionais
  • Segundo pesquisa da UniCarioca, só 20% dos alunos do ensino médio no Rio têm algum interesse pela carreira
  • Quantidade de pessoas concluindo faculdades de licenciatura em disciplinas do ensino básico caiu 16% desde 2010



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Sala de aula do curso de Matemática, da Uerj: no 2º semestre de 2012, 100 alunos ingressaram e 16 concluíram
Foto: Ivo Gonzalez / O Globo

    Sala de aula do curso de Matemática, da Uerj: no 2º semestre de 2012, 100 alunos ingressaram e 16 concluíramIVO GONZALEZ / O GLOBO

    O Brasil tem à frente o enorme desafio de melhorar seu ensino público, mas, para isso, precisa resolver uma questão primordial: a valorização de seus mestres. Os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), divulgados no final de 2013, mostraram que os países com melhor desempenho na educação são aqueles que fazem a carreira docente atrativa aos mais talentosos jovens que saem do ensino médio. Não é o nosso caso. No Brasil, apesar de alguns avanços, os salários ainda são baixos em comparação com as demais ocupações universitárias, poucos jovens cogitam seguir a carreira docente e, nos últimos anos, menos se formam em cursos de licenciatura.

    Um levantamento feito pelo GLOBO nos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, mostra que professores tiveram, desde 1995, aumento médio na renda superior aos demais profissionais com ensino superior. Mesmo assim, em 2012, um professor do primeiro ciclo do ensino fundamental (que dá aulas para crianças de 6 a 10 anos) recebia, em média, somente 57% do registrado entre profissionais também com nível superior. Entre docentes do ensino médio, esta proporção aumenta para 70%. Em 1995, esses percentuais eram, respectivamente, de 39% e 51%.


    A baixa remuneração, além de desmotivar os próprios professores, é um dos fatores que leva muitos jovens a descartar de seus planos a carreira em salas de aula. Uma pesquisa feita pela UniCarioca com exclusividade para O GLOBO mostra que apenas 20% dos alunos do ensino médio do Rio que pretendem ingressar no ensino superior manifestam algum interesse pelo magistério. Eles são, em comparação com os que planejam outras carreiras, jovens de menor renda e que estudaram, principalmente, em escolas públicas.

    Se na entrada do sistema está difícil atrair jovens para os cursos de magistério, dados do Censo do Ensino Superior, do Ministério da Educação, mostram que há também um problema recente na saída das universidades. A quantidade de estudantes concluindo faculdades de licenciatura em disciplinas do ensino básico, que na década passada teve aumento de 63%, registrou queda de 16% de 2010 a 2012. O mesmo movimento é percebido quando se analisa as matrículas: depois de aumentarem 60% na década passada, caíram 4% nos últimos três anos da pesquisa.

    Se a queda do número de licenciaturas se confirmar ao longo dos anos, a tendência pode dificultar o cumprimento de uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), em tramitação na Câmara dos Deputados, que estipula que todos os professores do país tenham formação com licenciatura até 2024.

    Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/educacao/salarios-de-professores-melhoram-mas-magisterio-atrai-menos-jovens-11210310#ixzz2puUa5KHl 


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