Do G1, em São Paulo
Especialistas em educação ouvidos pelo G1 afirmam que os dados do Pisa refletem uma melhora no ensino no Brasil em relação à última década, mas que a evolução no nível de aprendizagem dos estudantes da educação básica ainda é "tímida".
O Brasil foi o país que mais melhorou em matemática nos últimos dez anos, segundo ranking mundial de educação divulgado nesta terça-feira (3), mas ainda ocupa as últimas colocações da lista – 58° lugar entre 65 países.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, vai dar uma entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, em Brasília, para comentar o resultado do Pisa.
saiba mais
Denis Mizne, diretor-executivo da Fundação Lemann, organização sem fins lucrativos que atua em projetos de educação no país, afirma que a inclusão registrada no relatório é um dos fatores mais positivos apontados nos resultados, mas alerta que "os avanços em termos de aprendizagem são muito, muito tímidos". Para ele, um dos números mais expressivos do problema, que impedem esse avanço, é a questão da "resiliência" (superação de obstáculos).
O conceito de "aluno resiliente" é aquele que vem de condições socioeconômicas desfavoráveis e recebe, na escola, condições para transformar essa desvantagem. Segundo Mizne, países que têm conseguido "dar um salto" no ranking do Pisa, como Hong Kong, Coreia do Sul, Macau, Cingapura e Vietnã, têm taxas de resiliência de cerca de 12,5%. No Brasil, porém, só 1,9% dos estudantes são considerados resilientes.
"Os países desenvolvidos já aprenderam que você precisa investir mais nas escolas que têm alunos em condições econômicas mais desfavoráveis para compensar. No Brasil, as escolas em condições mais desfavoráveis são aquelas que recebem menos recursos", lembrou Mizne.
http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/12/avancos-do-pais-em-aprendizagem-sao-muito-timidos-diz-especialista.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário