quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Don Tapscott: "Em rede, podemos mais que os governos"

O trabalho em rede contraria em quase tudo o que a maioria de nós faz no trabalho, no dia a dia. Nas redes, não há rigidez na hierarquia, nem nas obrigações nem nas recompensas. Mesmo assim, o efeito multiplicador e quase imprevisível dessas entidades produz resultados notáveis. Grupos de indivíduos interessados e organizados conseguem criar softwares de alta qualidade, abastecer de fundos empresas novatas que tenham bons projetos e resolver desafios tecnológicos propostos publicamente por grandes companhias. Nos negócios e na solução de problemas tecnológicos, as redes já provaram seu valor. 

(...)

ÉPOCA – Estamos acostumados com trabalho colaborativo para cumprir objetivos técnicos bem definidos, como criar software livre ou a Wikipédia. O senhor vê potencial em áreas mais complexas.
Don Tapscott – 
O velho modelo de instituições é da era industrial – comando e controle, um modelo de produção em que uma cúpula distribui ordens padronizadas para receptores passivos. Agora, a colaboração vem se difundindo por todos os tipos de instituições. Na política, o modelo atual é “se você votou em mim, eu mando”, e combinamos repetir a consulta novamente depois de uns tantos anos. Eu, o vencedor, presto a você o serviço de governar, e você, como cidadão, enquanto isso, fica inerte. Isso já é melhor que modelos anteriores, não democráticos. Mas, hoje, podemos evoluir para um modelo melhor, colaborativo, em que o cidadão se envolve o tempo todo. Para mim, esse é o segundo passo da democracia. O primeiro foi criar instituições representativas. Podemos construir agora um modelo colaborativo, baseado numa cultura de deliberação pública e cidadania ativa. Continua sendo uma democracia representativa, mas transformada pela colaboração.

http://epoca.globo.com//ideias/noticia/2013/08/bdon-tapscottb-em-rede-podemos-mais-que-os-governos.html

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